O Instituto Nacional do Seguro Social é responsável pelo recolhimento de todas as contribuições pela porcentagem do salário do trabalhador, definido popularmente como desconto do INSS.
É de suma relevância analisar cada aspecto referente ao cálculo do INSS para que você descubra a forma correta de calcular os descontos.
Continue a leitura deste artigo e entenda sobre as novas alíquotas, a tabela de contribuição do INSS e o cálculo do salário líquido. Confira tudo isso e muito mais!
Sumário
Cálculo INSS
Em linhas gerais, o cálculo do INSS precisa ser realizado constantemente pelo trabalhador para que o mesmo fique sempre por dentro dos descontos feitos diretamente de seu salário e quais os direitos que o mesmo manterá assegurado.
O desconto é realizado diretamente da folha salarial do trabalhador, uma vez que o próprio empregador o faz e direciona tal percentual ao INSS, sobrando o valor líquido do pagamento ao colaborador.
Lembre-se, no entanto, que os valores descontados irão depender estritamente do salário mensal bruto do segurado. Para os autônomos, o pagamento ocorre por parte do próprio trabalhador de acordo com o plano escolhido em relação ao seu cadastro e as taxas escolhidas em relação aos auxílios e a aposentadoria.
Em ambos os casos, serão respeitados os faturamentos de cada trabalhador para que a contribuição seja derivada de um baixo percentual mensal.
Aliás, os trabalhadores que atuam como pessoa jurídica também devem contribuir para com o INSS se desejarem manter seus direitos previdenciários, sobretudo a aposentadoria.
Neste caso, o recolhimento é chamado de INSS patronal e o mesmo precisará ser feito independentemente se o indivíduo conta ou não com empregados registrados. Atente-se!
Como dissemos, o motivo da contribuição são as vantagens relacionadas aos benefícios previdenciários que os segurados poderão acessar em determinados momentos.
Por que o INSS é descontado do Salário?
Por mais que esse desconto seja algo bastante comum, ainda há muitas dúvidas acerca do mesmo por parte dos contribuintes. Portanto, é mais do que necessário entender os reais motivos destes descontos.
De início, é o empregador que tem a obrigação de realizar os descontos através de uma porcentagem do salário de seus colaboradores que estejam devidamente registrados na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), seguindo o que rege a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O desconto é então pago ao INSS através do CNPJ do empregador vinculando às guias de cada colaborador. Esse processo é obrigatório e haverá problemas caso o valor não esteja sendo devidamente transmitido, pois estamos tratando de um direito assegurado por lei a todos os trabalhadores.
Por isso, os trabalhadores conseguem verificar tanto o recolhimento do INSS quanto do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pela Caixa Econômica Federal todos os meses, para que você fique atento se seus valores estão sendo devidamente depositados.
Diante disso, a contribuição do funcionário através da empresa que ele atua profissionalmente irá garantir o acesso aos seguintes benefícios previdenciários:
- Auxílio doença;
- Auxílio acidente;
- Salário maternidade;
- Salário família;
- Aposentadoria por tempo de contribuição;
- Aposentadoria por idade;
- Aposentadoria por invalidez;
- Pensão por morte (aos dependentes direitos do contribuinte);
- Reabilitação profissional;
- Seguro desemprego;
- Entre demais outros.
Caso seja constatado que o empregador está realizando os descontos porém não há indícios de repasse ao INSS, caberá ao trabalhador entrar com recurso judicial contra a empresa com o auxílio de um advogado trabalhista e tendo o amparo do sindicato da sua profissão, garantindo assim todos os direitos citados acima.
Como Calcular o INSS
Com todas as mudanças que ocorreram em tão pouco tempo no setor trabalhista e previdenciário, já era de se esperar que muitos trabalhadores brasileiros tivessem dúvidas recorrentes.
Pensando nisso, fomos atrás do que realmente mudou e das normas que permanecessem iguais para te ensinar a calcular os descontos que serão feitos em seu salário neste ano.
O grande diferencial desta nova fórmula de calcular o INSS em relação ao que era executado antes da Reforma da Previdência de 2019 está diretamente interligado com o cálculo por faixas ao invés de realizar um conta única em cima do valor cheio do salário do trabalhador.
Diante destas mudanças consideráveis, considere o nosso guia como base e observe todos os passos detalhados:
- Primeiramente tenha o valor do salário bruto do trabalhador;
- Aplique o desconto do INSS que será referente à tabela de cálculo base que veremos mais à frente;
- Do valor obtido, aplique a alíquota referente a próxima faixa e subtraia o valor do salário;
- Para chegar até a alíquota efetiva do desconto, por sua parte, pegue o valor obtido (efetivo) e faça a divisão pelo salário bruto do colaborador;
- E pronto!
Entenda que profissionais que não se encontram como contribuintes encontrarão problemas neste processo.
Diante disso o auxílio de uma empresa especialista neste cálculo poderá ser bem vinda, sobretudo para lhe indicar as melhores medidas a serem tomadas.
Aliás, contratar um seguro da previdência privada também poderá ser uma opção para o seu perfil.
Continuando com esse raciocínio, não se esqueça que o valor descontado dependera diretamente do nível do salário do trabalhado, ou seja, quando mais você receber, consequentemente maior será o desconto.
Novas Alíquotas INSS
As novas alíquotas do INSS entraram em vigor após o dia 1 de janeiro de 2022, tendo normas relativamente dissemelhantes do estava em execução em 2022 e nos demais anos anteriores.
O valor do INSS do segurado empregado é R$ 6.433,57 e um dos maiores diferenciais gerados pela Reforma da Previdência se deu com a alteração das alíquotas convencionais para taxas que tornaram-se progressivas.
Todas as porcentagens alteradas causaram dúvidas nos contribuintes, porém todas as dúvidas podem ser sanadas pelo call center do INSS através do número 135. A ligação é gratuita e o atendimento mantem-se ativo de segunda feira a sábado das 07:00 h até as 22:00 h.
Tabela de Contribuição INSS
Seguindo o que foi dito no tópico acima, a tabela de contribuição do INSS passou por mudanças importantes passando de 3 para 4 faixas com alíquotas específicos com grandes diferenças entre os anos de 2020 e 2022.
Confira como era a tabela de contribuição no ano passado e o atual modelo vigente para efeito comparativo:
Antiga Tabela de Contribuição INSS (2020)
- Salários de até R$ 1.830,29 = alíquota de 8%;
- Salários de R$ 1.830,30 até R$ 3.050,52 = alíquota de 9%;
- Salários de R$ 3.050,53 até R$ 6.101,06 = alíquota de 11%.
Nova Tabela de Contribuição INSS (2021 até atualmente)
- Salários de até R$ 1.100,00 = alíquota de 7,5%;
- Salários de R$ 1.100,01 até R$ 2.203,48 = alíquota de 9%;
- Salários de R$ 2.203,49 até R$ 3.305,22 = alíquota de 12%;
- Salários de R$3.305,23 até R$ 6.433,57 = alíquota de 14%.
Cálculo do Salário Líquido
O salário bruto de todos os profissionais sempre passará por diversos descontos até chegar no salário líquido que de fato será pago ao colaborador.
Assim, o primeiro desconto feito pelo empregador no salário do empregado é o INSS, dentro de uma alíquota variável entre 7,5% e 14%, como pôde ser visto nas tabelas descritas acima.
Ademais, a base do cálculo do salário líquido neste ponto irá depender tanto do percentual da alíquota vigente quanto da parcela dedutível em reais que será aplicada juntamente com os descontos primários. Entenda a tabela:
- Até R$ 1.903,98 = 0% da alíquota e 0,00 da parcela dedutível;
- De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 = alíquota de 7,5% e R$ 142,80 de parcela dedutível;
- De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 = alíquota de 15% e R$ 354,80 de parcela dedutível;
- De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 = alíquota de 22,5% e R$ 636,13 de parcela dedutível;
- R$ 4.664,69 ou mais = alíquota de 27,5% e R$ 869,36 de parcela dedutível.
Tais dados precisarão ser seguidos, no entanto é necessário notar que quando houver dependentes do benefício, o resultado final do salário líquido será diferente.
Além do mais, compreenda todos os outros descontos possíveis se o empregado aceitar algum benefício extra por parte da empresa. São exemplos:
- Vale transporte;
- Plano de saúde;
- Empréstimos legais;
- Contribuição sindical;
- Dentre outros.
Mas quanto o assunto é o cálculo em cima do salário líquido, há alguns passos que precisam ser seguidos quando você mesmo quiser aferi-los. Acompanhe com cautela:
- Primeiramente, obtenha o valor exato de seu salário bruto que pode ser acessado em qualquer holerite o folha de pagamento, como também em sua carteira de trabalho;
- Aplique o desconto referente ao INSS como te ajudamos a calcular acima;
- É neste mesmo momento que você deverá relacionar outros benefícios disponibilizados pela empresa, se houver é claro (lembrando que o empregador deverá descontar apenas a porcentagem referente aos benefícios aceitos pelo colaborador;
- E pronto, você chegará ao valor exato do salário líquido que você receberá todos os meses.
Portanto, podemos concluir que o cálculo do salário líquido em si não é difícil, porém a complexidade dos dados envolvidos e a quantidade de descontos que podem haver no processo, fazem com que o colaborador deva ficar atento para não ser prejudicado com possíveis erros de cálculo!